Carmen Vasconcelos, poetisa natural de Angicos, escreveu, nesta semana, um artigo para o jornal Tribuna do Norte no qual fala sobre a letra de uma música, feita em Angicos, que ela ficou conhecendo por intermédio de seu pai. O nome da música era "O vadeio de mestre Duca", a qual falava de uma disputa que teria acontecido na "Goela da Ema", um lugar em Angicos, durante um baile de casamento. Na canção aparecem muitas figuras conhecidas da antiga Angicos, do tempo em que ainda era vila. Carmen disserta sobre o significado da palavra "vadeio", que também aparece em uma música de Luís Gonzaga.
A música seria um forró de autoria de José Horácio, compositor angicano, de 1931. Trechos da letra estão presentes na publicação "Meninos e meninas potiguares", produzido pela parceria entre UNICEF e FEMURN em nosso estado:
Ontem nós fomos num vadeio em Mestre Duca, bem pertinho de Biluca, lá na Goela da Ema. Foi muita gente desta vila de Angicos, foram pobres, foram ricos como se fosse um cinema.(...)Todos dançavam com a maior alegria, pois ali ninguém queria a menor alteração. Tinha biscoito, sequilho, pão e bolacha, groselha, milho e cachaça e grande admiração. Mas de repente, eu não sei por qual razão, surgiu uma discussão. Puxaram uma lambedeira, houve pancada com perna de tamborete, houve bofete, cacete, muita gente de carreira.(...)parece que o chão se abriu e as mulheres horrível choque sofreram, pelo mato se esconderam, mesmo em plena madrugada. Encontrei uma por uma cerca impedida, dizendo, muito sentida, me solte que eu não fiz nada, enquanto as noivas, ninguém sabe o sucedido, só se estavam escondidas, em algum lugar bem feio e o Mestre Duca dizia, muito sentido, nem que eu me case cem vezes não invento mais vadeio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário